és tu

‘’Ali estava ele. Moreno, alto, olhos castanho. Tinha-o conhecido a alguns dias atrás. Falámos. Nada mais. Esta nova cidade, Londres, parecia ser um amontoado de gente sem sentido. Mas ele distinguia-se. Talvez diga isto por a sua voz ser a mais doce que alguma vez tenha ouvido. Ou talvez por me ter sentido a sua delicada mão, enquanto me levantava do chão. Que desastrada que eu sou. E que momento tão imprevisto.
Agora aqui estava eu. Sentada na escadaria do café. A olhá-lo que nem uma tonta. Ele estava do outro lado da rua.
Conseguia sentir o seu falar, mesmo de tanta distância. Não sabia como o fazia. Talvez por TODA a minha atenção estar focada nele.
De repente, começou a afastar-se. Olhou para trás e os nossos olhares cruzaram-se, o meu coração parecia um tambor. Uma máquina de batidas. Apesar de isto só ter acontecido durante 1 segundo. Eu tinha desviado o olhar.
Eu deveria estar muito corada. Aliás, sabia que estava. Por o meu rosto fervia mais por todos os lados
Ainda estava a olhar para o chão. Senti uma sombra a vir na minha direcção. Olhei para cima. Era ele. O seu rosto fixou o meu. Contemplei a sua beleza. Como era lindo. Os seus olhos pareciam que queriam sair das órbitas de tanto olhar. De repente abriu a boca, e a sua doce voz falou.
-Será que podemos ir tomar um café? – disse isto, esboçando um sorriso, de dentes perfeitos, na cara.
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Ainda hoje, continuamos a visitar aquele café, e ele continua a olhar-me como da primeira vez, a sorrir como da primeira vez, a beijar-me como da primeira vez. A empregar aquele sorriso rasgado que eu tanto gosto.
Mas tenho um problema. Sei que ao olhar para ele, nunca mais o conseguirei largar. (L)’’