O tempo que demorou me alcançar parecia decorrer devagar. Quando menos esperava, já ele estava a meu lado. O seu cheiro embateu contra a minha pele. Sabia bem. O seu cheiro era como alfazemas e mel. Adorava isso nele.
Decorreu-se um breve silêncio que de repente foi preenchido pelo seu respirar. Estava petrificado. Tal como eu. Abriu a sua boca e as suas doces palavras misturaram-se com o fulgor da festa. Simplesmente tinha-me esquecido. Como se me tivesse envolvido tanto no momento que á minha volta não via mais nada. Acho que tinha sido isso. Repetiu mais uma vez. Não sei se ouvi mal, mas parecendo ser verdade ele disse:
- Casas comigo?
- - - - -
Lembro-me agora desse momento. Com estritas lágrimas a percorrerem a minha face. Nunca gostei de chorar. Parecia-me egoísta. Porque quando chorava o mundo lá fora tornava-se escuro e infinito. Parecia que esse mundo não permitia que estivéssemos juntos outra vez. Porque quando chorava as emoções apoderavam-se de mim. E tornavam-se cada vez maiores com cada lágrima derramada.
Sinceramente, não queria que me visses assim. Sempre me conheces-te como a “mulher” divertida. Não queria que me visses assim, triste, desolada. Mas partiste e não há mais hipóteses de te conhecer novamente. Partiste para sempre. Foste-me bruscamente tirado. A vida é injusta, certo?
Queria-te mais uma vez. Mais uma. Tenho sede da tua alma e fome do teu carinho. Preciso de ti para me aguentar. Todos diziam o nosso amor ser impossível. Talvez eles tenham razão. Agora contemplo a minha pele velha e enrugada e penso que o tempo foi demasiado brusco connosco para alguma vez poder haver alguma coisa.
Hoje a noite está deserta e é apenas nisto que eu penso. A brisa bate forte lá fora desejando entrar pela porta e levar esta casa como um tornado. Mas sinceramente, não quero saber. Pois continuo a ler a carta que escreves-te. Porque é isso que faz aguentar a minha réstia de força.
Amo tudo o que escreves *-*
ResponderEliminarBeijinho.
De nada :)
ResponderEliminarDe nada xp
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