domingo, 20 de novembro de 2011

lugar melhor

sinceramente? não sei se será realidade ou apenas um sonho, um sonho demasiado bom para ser verdade. estou sozinha numa sala de espelhos sem conseguir encontrar uma saída segura. a mágoa agora estampada no meu rosto parece assustar os reflexos que ao mesmo tempo se vão desmoronando em mil pedaços cintilantes. já nada mais faz sentido, aliás, já nada fazia sentido antes. eu apenas tinha a necessidade de pensar que fazia. esse pensamento fazia-me sentir bem comigo própria, preenchida até. nada mais para lá do horizonte, apenas céu limpo e pensamentos nunca desbravados. nunca me ousara a estudar os meus pensamentos, uma mente demasiado louca, muitos diriam. olho em volta e apenas vejo o escuro e os pedaços de vidro que á segundos atrás brilhavam sobre a luz ofuscante. perdi noção do tempo e do espaço, perdi noção do teu coração. o tempo passou demasiado depressa deixando marcas e cicatrizes. toco cada contorno do meu corpo com delicadeza ao tentar encontrar-me no meio da escuridão. os arrepios chegaram, tal como a fraqueza e a vontade de já não querer ficar. olho para trás no tempo e tudo me parece melhor, mais distante, distorcido talvez. será que alguma vez irei aprender? já nada mais me prende, já nada chama por mim. agarro agora num dos pedaços de vidro outrora estendidos como véus no chão negro, aproximo-o cada vez mais da minha pele. aquela dor, aquela sensação de conforto, aquele calor, aquela adrenalina que corria cada vez mais forte nas minhas veias. deixei-me levar pelo preto que me envolvia carinhosamente, fechei os olhos esperando que acordasse num lugar melhor.

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